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Cenário Energético Mundial

     Atualmente, estima-se que aproximadamente um terço da população mundial  não tem acesso à energia elétrica e, mesmo em sociedades mais industrializadas, com padrão de vida melhor, ainda coexistem formas rudimentares de transformação e uso da energia.

     A Ásia é o maior continente produtor de energia (34% do total), seguida da América (31,1%) e da Europa (25,6%). A América do Norte é o maior consumidor, principalmente os Estados Unidos que consomem mais de um terço do total produzido (Almanaque Abril 2001).

     A produção mundial de energia, em 1997, segundo os dados da Agência Internacional de Energia, somou o equivalente a 9,5 mil megatoneladas de petróleo, dos quais 86,2% são provenientes de fontes não renováveis - carvão, gás natural e petróleo. As reservas conhecidas de petróleo devem durar apenas mais 75 anos; as de gás natural, um pouco mais de 100 anos; as reservas de carvão, aproximadamente 200 anos. Embora tenham uso crescente, as fontes renováveis, aquelas que podem se renovar espontaneamente (água, sol e vento) ou por medidas de conservação (vegetação) - são responsáveis por apenas 13,8% do total produzido. (Id.).

 

Principais Fontes de Energia Primária
 
Fonte
Parte do Total Produzido (%)
Petróleo 
35,8
Carvão 
23,7
Gás natural 
20,1
Energia nuclear 
6,6
Outros* 
13,8
* Combustíveis renováveis e de resíduos (11,1%), energia hidroelétrica (2,3%), geotérmica, solar e eólica (0,4%).
Fonte: Agência Internacional de Energia, dados de 1997

 

     Principal fonte primária de energia, o petróleo contribui com 35,8% na produção total. As perspectivas de especialistas apontam que a predominância desta sobre outras fontes ainda deverá perdurar durante as próximas duas décadas, embora possa haver redução do consumo em decorrência do aproveitamento de outros insumos, como o gás natural.

     Segundo os dados da Agência Internacional de Energia, até 1997, o carvão era a segunda principal fonte de energia mundial. Os mesmos dados apontam a China (33,8%), os Estados Unidos (25,6%) e a Índia (8,3%) como os maiores produtores mundiais de carvão. Motivos ambientais e econômicos, que relacionam a queima desse combustível com a acidificação das chuvas e a formação do smog  urbano, no entanto, contribuíram para a redução de 5% no consumo, durante a década de 1990. Essa redução, de acordo com os levantamentos realizados pelo World Watch Institute, indica que o produto teria caído para terceiro lugar, pouco abaixo do gás natural.

     Por seu teor menor de poluição, o gás natural apresenta atualmente o maior crescimento de consumo entre os combustíveis fósseis. Embora a queima do gás, como o carvão e o petróleo, resulte em dióxido de carbono, prejudicial à camada de ozônio, seu percentual poluente é menor. Os maiores produtores mundias, em 1998, foram a Federação Russa (24,8%), os Estados Unidos (22,6%) e o Canadá (7,3%). Em vista dos menores índices de poluição e das características como fonte combustível substituta, o gás natural pode garantir energia para automóveis, produção de energia em termoelétricas e nas indústrias de refrigerantes e cerâmica, por isso é apontado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos (EIA) como a fonte primária que terá maior crescimento no uso até 2.020.

     A energia nuclear contribui com 6,6% da produção mundial de energia. Atualmente, estão em operação 433 reatores e outros 37 estão em construção. A maior desvantagem dessa fonte é o risco de vazamento do material radioativo. Vários acidentes reforçaram a posição antinuclear, depois do boom da construção de centrais durante as décadas de 1960 e 1970. O primeiro deles ocorreu na Pensilvânia, Estados Unidos, quando a Central de Tree Mile Island ameaçou explodir por causa do rompimento da bomba de água que resfria o reator. Não houve vítimas, mas o efeito sobre a opinião pública foi enorme e mobilizou dezenas de grupos de ambientalistas. Em 1986, a explosão de um dos reatores da Usina de Chernobyl, na Ucrânia, matou 31 pessoas. Outras 5.000 teriam morrido, segundo informações da Cruz Vermelha Internacional, na década seguinte ao acidente, em conseqüência da irradiação. Depois de Chernobyl, o acidente mais grave ocorreu em 1999, na cidade de Tokaimura, Japão, quando falhas no sistemas de segurança provocaram vazamento que contaminou, pelo menos, 27 pessoas.

     Por faltar tecnologia adequada para o tratamento dos resíduos nucleares, esse material costuma ser encapsulado em tambores de aço e enterrado. A escolha dos locais para depósito envolve uma série de questões técnicas e políticas, além de obedecer a rígidos critérios de segurança. A Convenção sobre Segurança Nuclear, criada em 1994, para tratar do transporte de lixo radioativo e estabelecer normas para construção e funcionamento de usinas, foi assinada na ocasião por 65 países, mas somente 38 ratificaram o compromisso até 2.000.

     Os altos custos de construção e a pressão de ambientalistas fizeram vários países, como a Itália e a Espanha, desistirem ou cancelarem indefinidamente seus programas nucleares. A Alemanha, a Suíça e a França, que produz 75% de sua energia elétrica por meio de 56 reatores nucleares, estão organizando cronogramas para fechamento das instalações existentes.

     Para alguns países a energia nuclear é a única alternativa disponível. É o caso do Japão, que não tem petróleo, carvão ou recursos hídricos capazes de gerar energia. A produção nuclear japonesa que gerava 0,6% de toda eletricidade consumida saltou para 30% em 1996. Atualmente, o Japão tem o terceiro maior parque nuclear instalado do mundo, com 51 reatores.
  

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